Computador é bom para crianças até os 7 anos?
Antes da resposta, vamos analisar: O computador é bom pra todo mundo? É bom para você? Sua vida melhorou com ele? Ás vezes, ele te estressa mais que ajuda? Faz bem pra sua saúde?
De cara alguém irá dizer: Depende da forma como o utilizamos.
Com as crianças não é diferente. Esse mesmo debate já foi moda nos anos 80 em relação a TV. Cresci vendo TV e roubando carambola do pé do vizinho, jogando taco na rua... Meus filhos também estão vendo TV, mas não tem mais pé de carambola pra roubar, nem podem jogar taco na rua. Com certeza não é a TV a responsável pela quase extinção de pés de carambola nos quintais, nem da inexistência de molecada que joga "taco" na rua.
O tempo destas outras atividades da minha infância, agora tem que ser
preenchido com outras na infância de meus filhos, se possível semelhantes em prazer, espaço e alegria. Afinal eles são crianças!
A escola também agora precisa suprir este espaço perdido. Uma criança passa as manhãs num apartamento de 70 metros quadrados e após o almoço vai para a escola do bairro: O que se espera que ela queira neste espaço? (por menor que ele possa ser)
Não se pode esperar que esta criança entre num laboratório de informática e desenvolva todo seu potencial cognitivo sentadinha ali...
Estamos falando de crianças de até 7 anos.
Para que ela tenha motivação e explore o potencial do computador de forma que este proporcione algum ganho significativo em relação ao seu desenvolvimento ela precisa:
1- Conhecer/ver/experimentar/vivenciar situações que favoreçam uma ligação com a utilidade do computador para aquelas experiências vividas. Não adianta sugerir que ela simplesmente desenhe. Desenhar o quê? Para quê? Por quê? Aí ela diz: quero jogar! Não desenhar.
2- Ter contato regular com o computador, explorá-lo com certa liberdade. Ninguém aprende a dirigir se o carona disser o tempo todo: __Cuidado com meu carro! Vai arranhar! Vai quebrar!
3- Ter companhia constante de alguém que o oriente, que mostre os melhores caminhos, pois é fácil perder-se onde não se conhece.
Para que o computador não sirva ainda mais para aprisionar e tornar nossas crianças ainda mais sedentárias e apáticas, é preciso que ele seja visto apenas como uma etapa de um trabalho, não como um fim em si. Todo trabalho desenvolvido em informática educativa, principalmente na educação infantil, deve possuir etapas vivenciadas FORA do laboratório (ou sala de informática). Esta deve ser, inclusive uma proposta geral na escola, pois é parte da pespectiva construtivista da aprendizagem: não existe conhecimento sem experiência, vivência concreta.
Nada é estático e definitivo na educação quando se refere à tecnologia.
O tempo da aula de informática deve ser utilizado relacionado ao que a criança viveu lá fora, na salinha, no pátio, na sala de vídeo, na cozinha ou em casa. Sempre num contexto do dia a dia da escola. Psicomotricidade e computador podem e devem caminhar juntos, principalmente na pré escola.
Fizemos um projeto em conjunto com a recreação, que explorava os sentidos e o corpo no computador e eles adoraram. Tinham que tentar usar o mouse sem ver a tela ou acompanhar o ritmo da música sem ouvir, apenas vendo o vídeo, foi show!
Lá na escola, já não sou mais a tia de informática (fiz questão de eliminar este título) sou a tia Jenny - a tia multimídia, que vai p/ o pátio ler história, p/ sala de vídeo ver DVD, p/ a cozinha fazer bolo, e depois leva p/ o computador para registrar o que foi feito, seja por fotos, desenhos, escrita ou áudio. As professoras me procuram para sugerir o que pode ser feito em relação a determinada atividade, e quando não vem, eu vou. Os alunos trabalham em grupos, quase nada é individualizado, ninguém monopoliza o uso da máquina, aprendem a revesar, trocar, colaborar.
Nossa sala tem mesinhas e cadeiras, livros e gibis, lápis e canetinhas, massinha, jogos e...computadores...compartilhados.
Ainda estamos aprendendo também, crescendo juntos, mas todos da escola já percebem que o computador é o meio e não o fim, mas manuseando-o, interagindo com ele desde pequenos, serão adultos mais engajados, saberão com certeza adequar-se melhor a correria que o futuro vem nos impondo e saberão principalmente identificar as manipulações que a mídia nos impõe, o consumismo que nos faz pensar que ninguém sobreviverá sem um celular, um palm, um PC, um note...um mp3, mp4 etc etc...
De cara alguém irá dizer: Depende da forma como o utilizamos.
Com as crianças não é diferente. Esse mesmo debate já foi moda nos anos 80 em relação a TV. Cresci vendo TV e roubando carambola do pé do vizinho, jogando taco na rua... Meus filhos também estão vendo TV, mas não tem mais pé de carambola pra roubar, nem podem jogar taco na rua. Com certeza não é a TV a responsável pela quase extinção de pés de carambola nos quintais, nem da inexistência de molecada que joga "taco" na rua.
O tempo destas outras atividades da minha infância, agora tem que ser
preenchido com outras na infância de meus filhos, se possível semelhantes em prazer, espaço e alegria. Afinal eles são crianças!
A escola também agora precisa suprir este espaço perdido. Uma criança passa as manhãs num apartamento de 70 metros quadrados e após o almoço vai para a escola do bairro: O que se espera que ela queira neste espaço? (por menor que ele possa ser)
Não se pode esperar que esta criança entre num laboratório de informática e desenvolva todo seu potencial cognitivo sentadinha ali...
Estamos falando de crianças de até 7 anos.
Para que ela tenha motivação e explore o potencial do computador de forma que este proporcione algum ganho significativo em relação ao seu desenvolvimento ela precisa:
1- Conhecer/ver/experimentar/vivenciar situações que favoreçam uma ligação com a utilidade do computador para aquelas experiências vividas. Não adianta sugerir que ela simplesmente desenhe. Desenhar o quê? Para quê? Por quê? Aí ela diz: quero jogar! Não desenhar.
2- Ter contato regular com o computador, explorá-lo com certa liberdade. Ninguém aprende a dirigir se o carona disser o tempo todo: __Cuidado com meu carro! Vai arranhar! Vai quebrar!
3- Ter companhia constante de alguém que o oriente, que mostre os melhores caminhos, pois é fácil perder-se onde não se conhece.
Para que o computador não sirva ainda mais para aprisionar e tornar nossas crianças ainda mais sedentárias e apáticas, é preciso que ele seja visto apenas como uma etapa de um trabalho, não como um fim em si. Todo trabalho desenvolvido em informática educativa, principalmente na educação infantil, deve possuir etapas vivenciadas FORA do laboratório (ou sala de informática). Esta deve ser, inclusive uma proposta geral na escola, pois é parte da pespectiva construtivista da aprendizagem: não existe conhecimento sem experiência, vivência concreta.
Nada é estático e definitivo na educação quando se refere à tecnologia.
O tempo da aula de informática deve ser utilizado relacionado ao que a criança viveu lá fora, na salinha, no pátio, na sala de vídeo, na cozinha ou em casa. Sempre num contexto do dia a dia da escola. Psicomotricidade e computador podem e devem caminhar juntos, principalmente na pré escola.
Fizemos um projeto em conjunto com a recreação, que explorava os sentidos e o corpo no computador e eles adoraram. Tinham que tentar usar o mouse sem ver a tela ou acompanhar o ritmo da música sem ouvir, apenas vendo o vídeo, foi show!
Lá na escola, já não sou mais a tia de informática (fiz questão de eliminar este título) sou a tia Jenny - a tia multimídia, que vai p/ o pátio ler história, p/ sala de vídeo ver DVD, p/ a cozinha fazer bolo, e depois leva p/ o computador para registrar o que foi feito, seja por fotos, desenhos, escrita ou áudio. As professoras me procuram para sugerir o que pode ser feito em relação a determinada atividade, e quando não vem, eu vou. Os alunos trabalham em grupos, quase nada é individualizado, ninguém monopoliza o uso da máquina, aprendem a revesar, trocar, colaborar.
Nossa sala tem mesinhas e cadeiras, livros e gibis, lápis e canetinhas, massinha, jogos e...computadores...compartilhados.
Ainda estamos aprendendo também, crescendo juntos, mas todos da escola já percebem que o computador é o meio e não o fim, mas manuseando-o, interagindo com ele desde pequenos, serão adultos mais engajados, saberão com certeza adequar-se melhor a correria que o futuro vem nos impondo e saberão principalmente identificar as manipulações que a mídia nos impõe, o consumismo que nos faz pensar que ninguém sobreviverá sem um celular, um palm, um PC, um note...um mp3, mp4 etc etc...
19 comentários:
Gostei muito de ler, isso me acrescenta para entender melhor o processo da aprendizagem sobre o assunto em questão. Te agradeço e continuamos a conversa.
Obrigada.
Olá, Jenny. Boa Tarde.
Acho que está questão do computador, muito polêmica. Mas ao mesmo tempo importante, falamos em computadores, em métodos etc. mas é bom lembrarmos da Finlândia, onde anos atrás e educação era muito ruin. Eles investiram no professor. O resultado foi que a melhor escola do mundo fica lá.
A criança tem que ser inserida no mundo em que vive. E ao mesmo tempo quando falamos em criança qual faixa etária. Quando vamos alfabetizar uma criança ele precisa de certos pré requisitos.
Com a computação não é diferente.
Os pedagogos e educadores em pelno século 21 ainda não tem um orgão de classe como os advogados , os médicos, os engenheiros, os psicologos etc.
Não temos um conselho federal de pedagogia e educação.
Se não tenho OAB não posso advogar, um médico sem crm a mesma coisa. na educação para esconderem a falta de professores, colocam substitutos, que não precisam ser licenciados. Há lugares em que até mesmo pessoas que são licenciadas não conseguem dar aulas. O Mec acha que qualquer um pode dar aulas.
No processo de ensino/aprendizagem ambos sujeitos deste processo precisam de condições. Como numa simbiose. Temos que regulamentar a profissão docente. Educação não é um tapa buraco, ou um biscate é o futuro de uma nação.
deste modo as crianças vão ter professores qualificados, que saibam introduzi-las no mundo com todas as suas inovações tecnológicas, emocionais, artisticas, educacioanais.
Olá querida Jenny
Diria que a tecnologia é algo essencial, mas, não exclusivo.
A mesma é uma ferramenta muito importante no processo de ensino aprendizagem, mas que só servirá no momento que for utilizada de forma coerente. Uma coisa que vc disse sobre levar o que foi feito na salinha, no pátio para sala de informática, diria que isso sim é interdiciplinariedade.
Fazer essa junção entre as vivências e a sala de informática, só contribui para o trabalho de ambos os professores, tanto de informática como o da sala, mas para isso os dois devem caminhar juntos.
Abraços e ótima reflexão
Sandra
Menina,
arrasou.
faz favor de transformar isto em artigo, mostrando suas experiências com as crianças, prá apresentar no Congresso, viu?
bjs
São muitas as questões que envolvem vários aspectos nesta discussão. Como João citou, só no dia em que formarmos uma categoria profissional ativa e consciente, com órgãos efetivamente representativos dos interesses da educação e ao mesmo tempo profissionais, teremos uma melhora nos níveis da educação.
Quanto a tecnologia, o problema é mesmo a inversão do contexto: não é solução, é apenas mais uma alternativa e bem eficiente.
Fátima, vou aprofundar e organizar as considerações e juntar ás experiências realizadas. Se ficar bem conciso, podemos apresentar...gostei da idéia, UAU!!
Jenny, parabens pelo que escreveu e concordo com a Fatima acrescente sua experiencia com os pequenos, ficara riquissimo seu trabalho......... Peço licença pra utilizar esse seu ecrito num curso que farei com os alunos de Pedagogia e mais ainda conto com sua ajuda se acaso tiver material relacionado ao uso dos computadores, importancia etc. O tema do curso será o uso de softwares educativos a partir da educação infantil...... bjos querida, fique com Deus.
http://www.lindamenina.ju.zip.net
Prof. Juliana Seabra
Ótimo texto! Condordo com vc: o pc é uma ferramente que tem que se usada com sabedoria. Há o tempo certa pra tudo e o pc não dever ser usado para deixar a criança ocupada e sim para que ele seja educada. Eu acho que é muita responsabilidade deixar uma criança sozinha em um pc, principalmente quando ela tem acesso a internet. Enfim, há muitas considerações. Tb acho que vc deve transformar seu texto em um artigo.
Beijão!!
Obrigada Natania e Juliana. O trabalho de vocês sempre me anima muito! A tecnologia só afasta quem já está longe...
Concordo plenamente com o seu texto. Meu filho de 7 anos adora brincar no computador. Procuro fazer com que ele busque atividades interessantes neste tempo que ele está na frente do computador.
Olá! Vim dizer que fiquei muito feliz de ver meu link contra o racismo em seu blog. Obrigada por aderir à essa campanha que venho trazendo já há muito tempo em meu blog, mesmo quando mudo meu blog de cara, ele continua lá disponível pra quem quiser levantar essa bandeira junto comigo.
Amei o post sobre informática x criança. Confesso q já tinha me perguntado isso - se era bom ou não criança pequena ter acesso à máquina. Tenho um filho de 6 e outro de 3 anos. O de 6 já tem acesso à computadores na escola desde o ano passado e realmente é desse jeitinho q vc falou - sempre trabalhando as coisas q eles viram em sala de aula, no cotidiano... Olha, confesso q tenho um pouco de medo ainda, por ver tantas coisas ruins e maldades no mundo. Aqui em casa eu ainda prefiro q ele brinque com os brinquedos, com o irmãozinho e veja desenhos educativos... por enquanto, computador só mesmo na escola! Vc acha que eu tô errada?
Beijos e fique com Deus! Parabéns por esse espaço de conteúdo tão importante!
Quanto mais cedo colocarmos as pessoas diante das novas tecnologias melhores serão os resultados. As pessoas com mais idade têm medo das novidades, elas resistem em usá-las.Muito bom este trabalho.
Eu também cresci desta forma, acrescentando as corridas de bicicleta! Meus filhos(11 e 4 anos) são da era da SKY, do playstation e claro, do computador. Porém procuro conduzí-los de forma que entrem em contato com coisas produtivas. O mais velho gosta muito das músicas (exploro letras e traduções do ing~lês) e o pequeno do site do menino maluquinho. Abraços.
oi galera!!!
Gostei muito do blog, vejo que vcs tem experiencia na área. Estou iniciando um trabalho com educação infatil e gostaria de dicas, de como precedem...vou atuar com crianças de 3 a 5 anos.
Olá, gostei muito do que li. É importante a gente analizar o desempenho de uma criança no computador,é claro que ela pode fazer alguma besteira, mas se a compararmos com um adulto não muito entendido com essas tecnologias, a criança vai se dar muito melhor, ela aprende muito mais rápido. O desafio nosso é dominar essas tecnologias para não "pagar mico" na frente dos alunos e selecionar aquilo que contribuirá para crescimento social, emocional e cidadão dos alunos... Abraços.
Obrigada a todos! As experiências vividas com as crianças são riquíssimas e trocá-las aqui é muito importante para nosso amadurecimento.
Gostei muito de ler e ver sseu Blog, pois isso nos ajuda a lidar com nossos problemas e são experiências a mais para nosso dia a dia. Essas experiências só nos enriquece. Parabéns!
gostaria de saber mais como fazer, como vc faz me mande um e-mail quero muito mudar essa realidade que didatica vc usa mande fotos comentariao qualquer coisa socorro.... kleilasantos@hotmail.com
Quem quiser materiais sobre o assunto acesse: http://alfabeclicando.blog.uol.com.br/
Como você disse no final da postagem, todos ainda estamos aprendendo sobre o uso do computador na educação. Gostaria de contribuir falando um pouco das chamadas aulas de informática. Não temos aulas de informáticas, o que a escola deve trabalhar são os conteúdos curriculares de todas as disciplinas na sala multimídia.
Como não temos aula de informática quem deve levar os alunos para o laboratório para fazer uso dos computadores é o professor da turma ou professor da disciplina, pois é esse profissional que tem formação para lecionar e conhece bem a turma sabe dos seus limetes e potencialidades.
Para maiores contribuições leiam meu texto no meu blog.
O link do texto é:
http://sidneilima.blogspot.com/2009/06/o-computador-na-escola.html
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