Mudanças - só se forem significativas, efetivas!

sábado, 14 de fevereiro de 2009 |


Todos os que acompanham este meu espaço sabem que sou uma "aprendente atrevida". E como atrevida que sou, adoro as reflexões lançadas no Grupo Blogs Educativos.
Neste finalzinho de semana, com todos já esquentando os tamborins, ávidos pelo feriadão do Carnaval, meu colega Sérgio Lima (como eu gostaria de ter um professor de física legal assim, lá no início dos anos 80!!!) indicou as postagens do Prof. Jarbas - Ensinar não é Crime! e do Prof. José Simão (leia "Uma historinha de mudança").
Caramba!!! Isso daria discussão para, no mínimo, uns 10 posts...

Mas como atrevida, ouso apenas refletir o seguinte:

Como aluna do 3º período de Pedagogia na UNIRIO - pelo CEDERJ, depois de um ano de curso, ainda não me conformo com a falta de interação on line. Alunos não tem autonomia para debater assuntos das disciplinas. Não podem criar Fóruns nos espaços destinados a isso.
É certo que, o curso é bem puxado. Existem excelentes tutores, mas ainda não há interação. E o pior: não vejo canal aberto ao debate, a troca de idéias, não vejo uma luz no fim do túnel que aponte para uma mudança.
O discurso é um. A prática é basicamente: leia, estude sozinha e faça suas provas e trabalhos da melhor forma possível, se tiver dúvidas, pegue um ônibus e vá ao Pólo, no horário de seu tutor presencial, ou ligue para o 0800, se tiver saco pra ficar aguardando atendimento telefônico, pela internet, o máximo que você pode fazer é postar sua dúvida por e-mail e esperar por uma resposta.

Aí, a esta altura do campeonato, você deve estar se perguntando: Por que os alunos não utilizam um espaço fora da plataforma, tipo o Yahoo Groups e criam seu próprio espaço?
Bem que tentei, mas se estes alunos, pouco acostumados a interação em rede, já tem dificuldades no uso da plataforma oficial, o que dizer de uma interação feita em meio a correria de datas e provas. num cronograma loucamente interrompido por feriados e imprevistos diversos, que vão desde a falta de energia por um temporal até problemas de segurança pública.
Esta interação precisa e deve partir do próprio curso. Caso contrário, continuaremos a formar professores com belo discurso moderno-tecnológico e prática de sabatina e joelho no milho - ou o pior - de total libertinagem do aluno em relação ao professor e a escola!

5 comentários:

Anônimo disse...

Opa Jenny,

O problema é que a geração que está nas faculdades ensinando ainda é a geração do ensino linear, comunicação num únic sentido!

Daí ele falm um coisa e praticam outra :-(

Só nos restar fazer pequenas práticas contra-hegemônicas nos poucos espaços que nos sobram...

Pelo menos, desopilamos nosso fígado :-)

abs

Robson Freire disse...

Olá Jenny

Excelente postagem e como você mesmo diz é assunto para dez posts no minimo.

Na formação inicial, como você e o Sergio (entre outros colegas)já disseram, o discurso é um e a pratica outro.

Mas outra coisa é que quando capacitamos os professores nos NTEs brasil afora damos enfase a parte técnica e muito pouco a pratica pedagógica que precisa ser revista para a aplicação das TIC.

O professorado murcha legal pois ele sabe mexer e usar objetos de aprendizagem mas não sabe aplicar aquilo na sua sala de aula. Ele precisar aprender a aprender, a transpor os conteúdos (a Suzana detesta a palavra ou o conceito?)para o laboratorio de informatica.

Como digo sempre ... NOVOS MEIOS, NOVOS MÉTODOS.

Abraços

Jenny Horta disse...

è aquela velha tática da indústria. Mudar a embalagem do sabonete não vai deixá-lo mais perfumado...e você só vai comprar uma vez.
Não adianta mudar a fachada e não possibilitar a mudança no próprio aluno. Não instigá-lo a mudar e não aceitar esta mudança. Se isso não está ocorrendo num curso considerado "de ponta" e com clientela basicamente formada por professores, onde mais irá mudar???
Felizmente, com os jovens é até mais fácil, pois eles são menos conformados, mais inquietos e provocam as mudanças. Lembro de um caso do aluno que colocou o gabarito da prova no orkut. Por pouco não foi repreendido, como se tivesse cometido um crime..

Tati Martins disse...

Oi, Jenny!
Saudades d'ocê! Gostei muito dessa postagem. É impressionante como a escola, os professores são lentos para enxergar as mudanças e as necessidades que estão aqui na nossa cara. Fico impressionada com aqueles colegas que criticam os alunos, achando um absurdo que eles não saibam determinado conteúdo tão "imprescindível" e, na hora H, quando ele é cobrado, porque não conhece essa nova linguagem realmente imprescindível nos dias de hoje, sai pela tangente dizendo que isso é inútil, que é coisa que só veio para afastar os seus alunos dos estudos etc. etc. etc. Aquele velho papo que já conhecemos há muito tempo.
É isso!

Anônimo disse...

Olá, Jenny!

Adorei sua mensagens, quero dizer que ser um pouco professora maluquinha, às vezes perturba os colegas na Pedagogia, porque os alunos gostam e muito diferente do que os colegas pensam, ficam muito mais motivados a conquistarem sua autonomia e a acreditar na própria autoria. É só deixar de ensinar e se colocar no lugar de aprendente entre aprendentes. A mediação pedagógica flui maravilhosamente.
Estou cursando cinema e HQ, além de participar do Mídias na Educação (E-proinfo) porque sabemos que imaginar é preciso, chewga de figuras estáticas e imutáveis!
Parabéns pelo conteúdo de sua reflexão e vamos caminhando por entre trilhas... Sucesso!
Maria do Rocio